Nespereira

Vejam como as coisas são:

Há muitos anos plantamos uma árvore frutífera(nespereira também conhecida por ameixeira) em nossa calçada. Ela cresceu e dá muitos frutos; os pássaros, os macacos comem; o povo que passa na rua também. De vez em quando pegamos algumas para nós, no entanto fico feliz em ver as pessoas e os animais se aproveitarem dessa produção anual, que ocorre em torno do mês de setembro.

Quando vou caminhar pelo condomínio aproveito da produção de goiaba, abacate, manga, amora, pitanga, araçá, etc Frutas (de época) disponíveis para quem quiser pegar.

Ocorre que pensávamos que éramos donos legítimos dessa árvore, pela razão de termos plantado, cuidado dela como cuida-se de uma criancinha, desde pequenininha; ledo engano o nosso, não somos donos não, para cortar um galho teremos que pedir licença do condomínio que, por sua vez contata o pessoal do meio ambiente, e aí eles cortam no dia que quiserem, no mês que quiserem, no ano que quiserem. Outro dia veio um caminhão da companhia de eletricidade(Enel) e podou a árvore para desimpedir a rede elétrica; acompanhamos o trabalho. Depois de pronto, a árvore que era redonda , ficou na forma de “V”. Que horror!

Mas eu dizia que achava que a árvore era nossa como o foi a árvore em frente de nossa casa em Marizópolis, que nós chamávamos de “pé de figo”; na realidade o nome é ficus. Numa ocasião essa árvore foi empestada de uns insetos pretos que caiam em nossas cabeças e nossos olhos, nos perturbavam muito, e que o povo os chamavam de “lacerdinha”, em referência ao Carlos Lacerda, jornalista e político do Rio de Janeiro, devido a sua ferrenha oposição ao Getúlio Vargas e ao Juscelino Kubitsheck.

Não tinha visto, mas vi ontem que colocaram um número no tronco dela, do tamanho e na forma de uma moeda, furada e pregada. Aí eu fui olhar se na árvore do vizinho, que não é frutífera, tinha algum número. Tem.

Lembrei-me de quando nosso primeiro neto tinha uns três anos e foi passear com os pais em férias. Eles compraram alguns objetos artesanais, entre os quais uma igreja católica de arquitetura barroca, feita de gesso, e nos deram de presente. A igreja foi fixada na parede aqui de casa. Quando ele viu a igreja, semanas depois, disse: “essa igueza é minha”!

Cotia, 23-11-2021



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