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Mostrando postagens de maio, 2021

Não, só um Deus Ajuda

  “ Não, só um Deus Ajuda.” Era madrugada quando seu irmão Armindo passara descalço, agachado, desviando-se, por baixo dos punhos das redes de outros irmãos que cruzavam a sala, os quais dormiam profundamente. Só um de seus irmãos, então acordado, o vira passar na escuridão, desconfiara do que Armando fora fazer, porém, mantivera-se em silêncio. Armindo dirigira-se a rede de uma visitante que costumava passar alguns dias em sua casa na fazenda. Uma mulher de idade em torno de cinqüenta anos, casada e com filhos. Certamente Armindo combinara com a visitante para aguardar sua visita naquela noite, e quem sabe não houveram outras?. De súbito Armindo bateu no punho da rede do irmão e disse: “vai, agora é sua vez.” Afonso ficara surpreso, adolescente, nunca fora agraciado com tamanha aventura; a não ser algumas improvisações, encostando mulheres da vida aos muros de prédios públicos da cidade ou na areia da praia. Seguiu a sugestão do irmão, levantou-se de sua rede e foi também com muito

Custódio

Custódio Custódio estava sentado numa espreguiçadeira em seu quintal, tomando banho de sol matinal, costume e recomendações médicas; até levava sua caneca com café, para ir bebendo aos poucos; depois do café sentia vontade de fumar, vício que deixara há muitos anos, porém devido ao tempo de fumante, aquele hábito nunca era esquecido; lembrou-se do finado Mario Covas que após deixar de fumar ficava acerca de quem estivesse fumando, só para respirar um pouco a fumaça do tabaco; confessara isto em uma entrevista. Custódio já passara dos setenta anos meia década, pensava como a maioria dos homens idosos, com a injustiça da natureza que é tão perfeita e que para tudo tem uma razão de ser, coisas que ele cria serem divinas. O problema é o afastamento gradual e crescente do casal que se dá nessa idade, causando tristezas, insônias, pela falta que o prazer sexual traz. Ele teve a ideia de conversar com a velhice, não naquele instante que estava sentado confortavelmente em sua cadeira, mas m