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Mostrando postagens de março, 2019

“Assustados”

“Assustados” Estava pensando em escrever sobre a geração que começou os “assustados” em Marizópolis, sem citar nomes daquelas pessoas, embora me lembre o nome de muita gente, contudo, há sempre o risco de esquecer alguém, que poderia sentir-se excluído, injustiçado; e não é nada bom isto acontecer. Mas foi nossa geração jovem dos anos sessenta que começou, copiando o que havia em Sousa e Cajazeiras, para não irmos muito longe. É bom dizer que na Vila havia pessoas que vieram de João Pessoa para morar em Marizópolis e seus filhos juntaram-se a nós. Ouvíamos rádios do Rio, Recife e São Paulo, que tocavam as músicas que nós gostávamos, que eram músicas novas, diferentes: o Rock n' Roll, o Twist, as Baladas, sem falar nas Big Bands: Billy Vauhan, Ray Conniff, Glen Miller; Elvis Presley, Chubb Checker, Cely Campelo e seu irmão Tony, Paul Anka, Carlos Gonzaga, Demétrius, Roberto Carlos, etc, etecétera, eram nossos heróis. A certa altura dos anos sessenta, Já havia The Beatles e

The Fat Lady

The Fat Lady Lisa Phillips é uma ex-colega, que estava lotada na sede da empresa para América Latina, situada em Miami. É americana de Atlanta e visitara várias vezes a unidade da empresa no Brasil, devido a sua atividade na área de marketing. Fala Português e Espanhol fluentemente. Às vezes ela sacava do Espanhol ou do Inglês algumas palavras, como saca-se carta de um baralho, para fazer-se melhor entender; e pronunciava as palavras com um leve e charmoso sotaque. Certa vez, provável que em 1997, quando ela voltava para Miami em um voo noturno da America Airlines notou que a aeronave estava lotada de brasileiros, com crianças e adolescentes barulhentos. Era férias escolares no Brasil e essa malta ia para Orlando, aproveitando uma fase favorável de taxa de Dólar baixa. Durante o voo começaram a projetar um filme que ela se interessou em assistir, não havia legenda, nem dublagem; era um original em Inglês. Poucos brasileiros estavam entendendo o filme, contudo outros não e

Ela era um fantasma que contava estórias

Ela era um fantasma que contava estórias As duas mulheres, de idades por volta de quarenta e poucos anos, vestindo roupas de chita, saias que desciam até abaixo dos joelhos de ambas, padrões estampados de pequenas flores, porém distinto um vestido do outro, na costura e na cor; usavam sapatos de salto baixo. Passaram batom vermelho e rouge nas bochechas. Enquanto passavam esses produtos nos rostos, compartilhavam um espelhinho redondo, faziam isso logo depois da missa; cheiravam a leite de rosas . Os tons do batom e do rouge realçavam mais em uma delas, que era branca e menos na morena; embora a morena não deixasse de também ser bela. Era um domingo e a feira estava movimentada. Elas estavam postadas à porta de entrada do Mercado Municipal de Marizópolis, enquanto observavam o trânsito das pessoas. De vez em quando flertavam com homens que passavam, em um contrato tácito entre as duas. Quem observava a cena à pouca distância era Francisca, cujo sobrenome não carece de ser dito, ad