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Mostrando postagens de julho, 2020

Decapito

Decapito O sujeito decapitou o outro, Apareceu na praça com a cabeça do morto, A qual tinha um olho aberto, vidrado, olhando pro infinito; E o outro, fechado, de pálpebras penteadas. O jornalista apressado, protetor, reportou: “um suspeito carregando a cabeça de um morto, embaixo do braço e o sangue escorre pelas pernas”; A faca levantada, como uma espada, o sangue coagulava. Um suspeito! Um crime pronto e feito, Mas foi um suspeito! O sujeito disse: “quero ir pra cadeia, Lá tenho café, almoço e ceia.”  Mas como prender um suspeito, com todas evidências e todos seus direitos? O sujeito implora pra ser preso, Mas não pode, ele é suspeito. Em frente ao delegado ele fica mudo, Entrega a cabeça, porque esta já diz tudo; Como Salomé o fez com a de João Batista. De bandeja.