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Mostrando postagens de setembro, 2021

Atônito

  Atônito Hoje o dia amanheceu nublado por aqui, e até uma chuvinha sem vontade veio.   Incrível como as estações mudam o comportamento dos pássaros, ou os pássaros mudam conforme as estações? No quintal temos uma casinha de passarinhos com novos inquilinos, devem ser filhos dos moradores do ano passado. Alí os gatos não os alcançam e eles cuidam dos filhotes tranqüilamente. Dá a impressão que eles falam para os filhotes que na Primavera do ano seguinte já tem essa casinha pra eles, e assim eles tocam a vida. Quase não se fala no volume de água nos reservatórios, só quando a coisa complica aí todos canais de TV apavoram todo mundo. Vejo alguns comportamentos de pessoas que usam água sem se preocuparem com nada, como se tivéssemos agua pra vida toda, que estamos num período que não chove. É costume, faz parte da cultura paulista, lavar as calçadas, carros, com mangueira, e aqui no condomínio acontece muito. Toda vez que vou caminhar vejo. Aí você comenta num desses grupos de moradores n

Deixe pra amanhã que nós fazemos....

Deixe pra amanhã que nós fazemos....   Anísio era um ex-colega, chefe de um departamento de produção, disse o Abílio. Às sextas feiras após o expediente, íamos juntos com outros colegas, beber cerveja em um barzinho próximo a fábrica, onde havia música ao vivo e as meninas iam dançar. Depois de umas cervejas e conversas ele gostava de contar histórias e manipulava, preenchia quase todo tempo, não dando muita chance para nós outros. Uma dessas histórias era o que ele chamava de uma desculpa da mulher: “deixe pra amanhã que nós fazemos....”   -Você sabe que isso não vai acontecer, é como a promessa do mau pagador: amanhã eu lhe pago; no entanto, você fica um pouco emburrado, sai sem tomar o café da manhã, veste-se e vai trabalhar. Fica o dia todo com o sentimento de vazio, de que está faltando alguma coisa, e está. Você passa pela portaria e ver a Anita(nada a ver com a cantora) com aquele “derrière”, que lhe joga mais pra baixo ainda, porque aquilo ali parece algo inalca

Caso espirre: saúde!

Caso espirre: saúde! Tive um professor de “Introdução a Ciência do Direito” que também lecionava “Direito Civil” para nós, do qual não lembro do nome(vou procurar no material que me restou, pois estou me reportando aos anos setenta); recordo que era muito competente e carismático, dava aula aos Sábados. Ele era meio bonachão, no bom sentido; alto e obeso de bigode fino, tipo dos usados por malandro carioca. Vestia terno e gravata mesmo aos Sábados. Ele pegava um livro do professor Amauri Mascaro Nascimento, e passeava pra lá e pra cá com o livro aberto, como fazem os bons pastores, segurando a Bíblia. Na realidade ele olhava para o livro porém não lia uma linha sequer, ao contrário dos pastores; era só um ponto de apoio, um espécie de amuleto. Enquanto falava, caso algum aluno espirrasse, e muitos espirravam, viu? Um atrás do outro, porque éramos muitos lotando aquele anfiteatro. No meio do discurso, pois ele era dado à tribuna, dizia “saúde” para quem espirrasse, e continuava a dis