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Acontece só comigo?

 Acontece só comigo? Entrei em uma óptica que sou cliente há muito tempo. A lente de meu óculos “de longe” estava riscada, devido a uma queda que sofri, limpando o jardim a qual causou um corte em meu supercílio. Um japonês foi quem me atendeu e eu perguntei se podia substituir a lente e eu esperar pelo conserto. Ele disse que sim, era rápido. Em quarenta minutos o serviço estava pronto. O japonês que é dono da loja não estava lá desta vez. O mesmo que certo dia, quando pedi para fazer uma limpeza e substituição de umas pecinhas(aquelas pecinhas móveis que ficam sobre o nariz) nos óculos me perguntou se eu comprara os óculos na loja, eu disse que não; ele falou para o empregado “então não faça o serviço, para ele aprender e comprar óculos sempre aqui”. Bom, eu disse pra ele que não estava pedindo favor, pagaria pelos serviços. Aí ele concordou e cobrou as peças; ok, sem problemas. O tipo de comerciante que não enxerga um palmo a frente do nariz. Eu dizia que hoje o japonês dono não...

O sujeito

O Sujeito A maior parte das crônica e contos que escrevo há parte delas verdadeiras e outras tantas invenções minhas; não de mentiras porque este é um termo meio pesado para justificar meus escritos, mas de criação. O descrito abaixo é de uma história a mim contada, portanto, acontecida. A vítima é "o sujeito." O sujeito tem a garagem de sua casa com portão e as guias da rua rebaixadas. Veio uma senhora para visitar o vizinho e estacionou seu carro exatamente em frente a sua garagem, impedindo-o de sair. O sujeito, furioso, não ia sair naquele momento, porém qualquer imprevisto poderia acontecer e seria impossível caso ele precisasse sair com o carro dele. Bom, o sujeito abriu o portão, manobrou o carro de ré e parou rente a porta do carro da visitante e aguardou-a voltar. Com pouco tempo ela voltou. Viu um carro encostado ao carro dela, olhou o sujeito, dono do carro que estava em pé, esperando-a. Aí ela pediu mil desculpas e ele não respondeu nada, nem...

Maximiliano

Maximiliano estacionou seu carro em frente a uma loja de roupas. Observava uma mulher enquanto bebia uma lata de cerveja gelada, comprada minutos depois de estacionar, em um supermercado. Aparentemente a mulher esperava o marido pois falava ao celular, gesticulava, como se dissesse: “estou lhe esperando aqui no estacionamento, não demore” e deve ter dado mais detalhes, pelos gestos mostrados e o tempo que falava; às vezes ria, às vezes franzia o cenho. A mulher foi melhor observada por ele, em detalhes, quando ele entrara no supermercado. Era alta, morena e bonita, muito feminina, “qualidade que aos poucos torna-se rara hoje em dia”, balbuciou baixinho entre os dentes alternando um gole e outro da cerveja. Ela perecia ter tido filhos porque seus quadris eram um pouco mais largos, o que para o Maximiliano era um "bonus", gostava de mulheres maduras. Ainda dentro do supermercado viu que ela o olhou discretamente por cima do ombro direito, enquanto lia o rótulo de um produto. El...

Lagartixa branca

  Lagartixa branca Por causa da pandemia, quando saiu de casa, pela primeira vez, J. Quarentena estava branco que parecia uma lagartixa, daquelas que moram atrás do espelho de banheiro, transparente, que dar para ver o intestino cheio de cadáveres de moscas, mosquitos e pernilongos. J. Quarentena abriu a porta, olhou para todos os lados, desconfiado, foi para rua, não havia uma viva alma àquela hora, como um cena desértica na Lua, em Marte ou mesmo em Chernobyl, depois do acidente com a usina nuclear. Mas aí apareceu um casal de idosos(e por que não velhos?), passando em sua frente, distante, com olhos arregalados, como se pedisse para J.Quarentena não se aproximar. "Não ouse em se aproximar "Cabra Velho", eu tenho um revolver, com todos os documentos do porte de armas." Disse o velho, e sua mulher concordando com um gesto repetido da cabeça. J. Quarentena respondeu: “não faça isso, não atire em mim, estou com os olhos vermelhos, mas não é covid-19 nem Covid-20, ou...

O Rouxinol e a Rosa

Eu estou bebendo um vinho. Fui comprar um frango assado na padaria para o almoço. Aqui em São Paulo é dia de frango com macarronada, com queijo parmesão ralado. À noite, um café com pão e mussarela, ou uma pizza.  Acho que já estou bêbado, estou sim; não acho, tenho certeza! Uma garrafa e tenho menos de meia taça para acabar. Não bebo sempre, mas hoje é domingo, até o padre bebe aos domingos, um vinho não é uma cerveja, não é um whisky; é a antiguidade que está na garrafa, é um líquido sagrado. Sai da garrafa como na lâmpada de Aladim. Sem a frescura de bocejar, cheirar, fazê-lo rodar na taça ou cheirar a rolha. Você bebe o vinho para pensar. Pensar, refletir, o tempo todo. É que vinho pode ser bebido sem uma companhia; parece que é a bebida dos solitários. Pensando de como as coisas mudaram. Os meus avós reclamavam da carestia(inflação) e não entendiam o comportamento da economia e nem dos jovens, suas indecências e eu estava incluso; hoje vejo meus filhos e netos nessa ciranda, t...

A propósito das mulheres e dos homens

A propósito das mulheres e dos homens   Com quê propósito o homem foi feito tão diferente da mulher? Pois eu acho que a natureza pecou, pecou no sentido de dar mais a um do que ao outro: a mulher é completa, não tem nada a reclamar, segundo meu sentimento de leigo, de não ser psiquiatra, mas de ser meio louco! Já o homem, coitado, faz de tudo para para levantar a ferramenta e esta depende do estado psíquico, da companheira, enfim, das rezas, das mandingas e talvez dos azuizinhos (com todos efeitos colaterais que dá até medo; que merda!). Certo dia li o pensamento de uma grande atriz brasileira, que além de ser muito competente e experiente é muito bonita. Ela disse ter pena dos homens, no sofrimento de ter que erguer a ferramenta, caso contrário nada acontece, pára tudo, decepciona, vira um inferno. Ela não disse tudo isto, eu é que fui mais longe mas, ela disse apenas que “tem pena dos homens, que têm que erguer sua ferramenta”. E a mulher fica esperando, dependente, porque pra el...

Mal passado

O novo passa por cima do velho, Impiedosamente, apaga os rastros, quebra os ossos. Eu vejo, Eu sinto, Não adianta, "É assim mesmo", dizem; Parece um rolo compressor. Meu Deus! Como somos pequenos! Somos vermes que comem, Mas que também somos comidos. Ei, senhor Charles Darwin, alma imortal, o que você tem a dizer, Além do que já foi dito, É assim mesmo?