Beber cerveja no bar
Beber
cerveja no bar
Uma
dos prazeres da vida é beber cerveja no bar (no conceito americano
do Norte de bar, como os dos farwests; para nós, tupiniquins,
balcão), de preferência em um “pub”. Pub, cerveja e “Irish
lamb stew”(carne de carneiro ensopada, à Irlandesa), têm tudo a
ver, principalmente a quantidade de marcas de cerveja, tirada das
máquinas como se fosse chopp, mas no Brasil não há um pub em cada
esquina; um bar, sim. Acho que beber cerveja em casa não tem muita
graça, ou o mesmo efeito que em um bar; em casa não é um ambiente
adequado, não tem o clima. Quando fala-se de uma bebida destilada,
whisky, vinho, prefiro beber em casa. Não quero dizer que faço isso
sempre, é de vez em quando, depende do estado de espírito no
momento, no dia. Às vezes beber cerveja sozinho em um bar é muito
bom, areja a mente, coloca-se a cabeça em ordem. É difícil ficar
só porque há outras pessoas no bar, no balcão. Elas puxam
conversa, mudam de assento para ficar mais próximo de nós.
Como
a cerveja tem muita água, aumenta a vontade de ir ao toalete; vá ao
toalete e mije (falar fazer xixi ou urinar, não é a mesma coisa,
você tem que mijar) no meio do vazo, fazendo aquele barulho que todo
homem sabe qual é e que as mulheres nunca irão entender; faz parte
do ritual tácito do bicho homem. A não ser que você tenha
HBP(hiperplasia benigna da próstata). Neste caso o jato quase sempre
é fraco, não faz muito barulho.
Eu
era solteiro, conversando com uns amigos, um deles disse que ficara
noivo de uma moça(tem que explicar! Em Inglês é comum falar “I
am fiancè of a woman”) e, por causa disso, começara ir amiúde à
casa dela, todos nós festejamos a notícia. Um deles disse, querendo
medir o nível de intimidade do amigo na casa dos futuros sogros:
“você já está mijando no meio do vaso?” Mijar no meio do vaso
na casa da noiva é sinal que você está só com a passagem de ida,
não tem mais volta!
Em
um bar perto de minha casa, vejo sempre um senhor de mais ou menos a
minha idade, já nos setenta e tantos. Ele pede cerveja e um conhaque
ou uma vodka gelada, viscosa; e fica bebericando feliz, como se
bebesse o nectar dos deuses, alternando ora a cerveja ora a bebida
forte. Gosta de contar histórias, e pra quem gosta de escrever,
ouvi-lo, é um prato cheio, junta a fome com a vontade de comer.
É
bom determinar os limites da bebida(sem querer ser politicamente
correto). Meus parâmetros, são: baixo, médio e alto. O baixo é o
momento em que você chega ao bar, “virgem”; o médio, puxa pela
introspecção, criatividade, auto-confiança, paz, pode até fazer
um discurso num “parlatório”; o alto, você não é você, perde
o controle, o equilíbrio e a razão, deve ser evitado; é
deselegante, é feio. Como nossa natureza é distinta, para cada
indivíduo há um limite.
Comentários
Postar um comentário