Imposto de Renda Pessoa Física


Imposto de Renda Pessoa Física

Logo mais começará a temporada de declaração do imposto de renda, uma prestação de contas anual para a Receita Federal. Como pouca gente faz planejamento tributário, ao longo do ano, começa a correria para justificar aumento patrimonial sem a contra-partida de ganhos obtidos; despesas médicas e dentárias sem recibo; transações de compra e venda de automóvel, ou de imóvel; ginástica para “justificar” a sogra como dependente, e assim vai. O dinheiro na cueca, acaba escorregando pelas pernas, haja vista que ainda tem gente que usa o modelo samba canção.

Há pessoas que não querem complicações e delega ao contador a tarefa de elaborar o formulário, e ainda quer pagar pouco; mas, mesmo assim, não se livra de dar as explicações e apresentar mais documentos quando necessários.
Antigamente, havia alguém na família que fazia as declarações; era o gênio da família que podia ser um estudante de contabilidade que não tinha experiência, mas era convencido pelos parentes que deveria ir praticando desde cedo.

Uma dessas pessoas, que não tinha sossego, mas muita experiência, era o tio Juvenal, contador aposentado da Receita Federal, que era convidado para o almoço de domingo, com a recomendação dos sobrinhos e demais parentes, para chegar bem cedo, para na hora do almoço o assunto do imposto de renda já estar resolvido. E durante o mês de abril o tio Juvenal raramente almoçava em casa. A dona Clotilde, sua esposa, não ia fazer almoço só pra ela, então acompanhava o marido para as macarronadas ou os churrascos.

Prefiro fazer a declaração de imposto de renda da pessoa jurídica, ela não reclama, embora seja um longo trabalho, que agora faz parte do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) Contábil.
A pessoa física (com freqüência) é cheia de histórias, revestida de muita importância, de orgulho, às vezes precisaria até de ter um psicanalista ao lado. Quando tem imposto a restituir, fica cobrando o contador que já está no último lote e ainda não recebeu a restituição; e desconfia que o contador fez alguma coisa errada.

Fazer a declaração não é só uma questão de observar a legislação tributária, há um raciocínio contábil por trás, de equilíbrio das contas, que é muito importante. Afinal de contas os bens, os direitos, as obrigações, a origem dos rendimentos, são ali informados. Por isto, geralmente o contador é o profissional que melhor faz a declaração de imposto de renda, por ser parte do seu dia-a-dia.

Esse trabalho faz parte do meu passado. Mas acontece que alguém, sabendo que sou contador, faz uma “perguntinha”, insistindo que é “rapidinha”, mas nem sempre o é!

Lembro-me de uma advogada que morava no mesmo prédio que eu, lá no Butantã, há bastante tempo. Às vezes alguém a abordava no elevador, fazendo-lhe pergunta de ordem jurídica. Ela dizia: “esse tipo de assunto só trato em meu escritório”, e entregava o cartão de visitas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dia do chocolate

Aracati & Outros/as

Família Lins de Albuquerque