A Prévia
“A Prévia”
Era um bar em Manaus que tinha este nome porque reunia mais pessoas às quartas feiras. Como era um dia no meio da semana, diziam os freqüentadores que era uma prévia do fim de semana.
Havia comentários que alguns freqüentadores iam lá no bar para discutirem e oporem-se a política de promoções, desligamentos e problemas salariais das empresas sediadas na Zona Franca. Diziam que faziam “panelinhas”. Tendo em vista que os cargos executivos eram ocupados por empregados transferidos, principalmente de São Paulo, conhecidos como “expatriados”.
As cervejas servidas naquele bar eram muito boas, tais como as marcas Cerpa(do Pará) e a Cerma(do Maranhão). A Cerpa, em minha opinião, é a melhor; comercializada em meia garrafa como fazem a Heineken, Stella Artois, etc. Haviam também as marcas nacionais, e a melhor delas era a Antártica que dizem que era destilada com a água local.
Serviam também os peixes da região: pirarucu, tambaqui, tucunaré, jaraqui, “et cetera”. O jaraqui era o mais comum, mais barato, mais popular. Há um ditado dos manauaras que diz: “quem come jaraqui não sai mais daqui”. Embora a costela de tambaqui com pirão de farinha de mandioca feito com o caldo do peixe, apimentado, seja saborosíssimo. E a costela do tambaqui é tão grande quanto a costela de bode.
Fugindo um pouco do tema:
Em Manaus há uma boa culinária a base de peixes. Há um bolinho de “bacalhau”, coloco entre aspas porque é feito de pirarucu, que tem um sabor muito próximo do bacalhau; caldeiradas, com pirão e arroz e com vários tipos de peixes; o “tacacá”, que lembra o missoshiro, também é servido em uma cuia; o aluá, um suco feito da casca do abacaxi. E assim por diante.
04-11-2024
ALS
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