Diário de Viagem
Diário de Viagem
Período:
26/09 a 10/10/2018
País:
Itália (Roma, Pompéia, Nápoles, Costa Amalfitana e Sicília)
Guia
da empresa de viagem: Carlos (educado, culto, paciente, elegante;
bigode estilo Ronaldo Fraga).
Anotações
tiradas de um caderninho da “Moleco”, feitas sobre os “joelhos”
sob o solavanco do ônibus da excursão, sob o sacolejo dos barcos e
no cochilo antes de dormir, nos quartos dos hotéis.
Dia
27/09 - Roma
Quando
chegamos ao Aeroporti Fiumicino di Roma, depois de uma longa e
cansativa viagem, devido a duração e ao desconforto da classe
econômica, enfrentamos filas homéricas, ficamos mais de duas horas
na Imigração. A quantidade de atendentes não guardava proporção
com o volume de pessoas nas filas. Devido ao atraso, as malas já não
estavam mais na esteira correspondente ao voo; procuramos informações
no local de reclamações, mas não era o caso de malas perdidas ou
desviadas; retiraram as malas da esteira porque ficaram lá girando
muito tempo. Havia pessoas de nosso voo que tiveram o mesmo problema
e nos informaram que encontraram suas malas juntas com outras em um
lugar separado, próximo da esteira, e foi lá que encontramos as
nossas. O motorista e a pessoa da agência de viagem que foram nos
apanhar, esperaram muito tempo para fazerem nosso translado para o
hotel.
Chegamos
ao hotel Best Western Hotel Universo, deixamos as malas e fomos a
procura de chips para os nossos celulares, na estação central
“Termini.” Compramos os chips na loja Wind, para 15 dias por
66,90 Euros, depois fomos almoçar; encontramos um restaurante nas
proximidades do hotel, cujo endereço era próximo a Via Principe
Amedeo. Comemos pizza Margherita, uma taça de vinho para mim e um
suco de laranja para Neide. Estava tudo muito bom.
Dia
28/09- Roma
Fizemos
um city-tour com uma guia local, a Flavia, embora italiana se
apresentou falando Português com pouco sotaque. Bonita, olhos
verdes-claros, segura, em torno de sessenta anos, elegante, apesar
simples. O roteiro foi: Basílica de Santa Maria Maior, Igreja de S.
João de Laterano, Arco de Constantino e Coliseu (parada e visita),
Termas de Caracalla, Circo Máximo e Domus Flavia Augustana (parada),
Teatro de Marcello, Capitólio, Praça de Veneza, Ilha Tiburiana,
Trastevere e Castelo do Santo Anjo. Na viagem do ano passado já
havíamos feito um quase igual, mas desta vez entramos no Coliseu,
houve muitas explicações importantes feitas por Flavia. A tarde foi
livre e fomos visitar, mais uma vez, a igreja Santa Maria Maggiore ou
Basílica de Santa Maria Maior; fomos a pé, posto que é perto do
hotel. Descemos uns dois quarterões da Via Cavour e logo estávamos
lá. Essa igreja mantem a mesma estrutura do século V d.C.. Houve
reformas mas não mexeram na parte estrutural central. O teto é
majestoso, muito ouro, vindo da América Espanhola. O cardeal Rodrigo
Borja, que viria a ser o Papa Alexandre VI, conseguiu o ouro dos
monarcas espanhóis. Esse Papa é também famoso por ter tido uma
filha chamada Lucrezia Borgia. Só com essa visita já completou a
tarde, valeu à pena.
À
noite comemos uma “Caesar Salad,” com vinho e suco no “Amodei
Banco e Bottega.” É um local bem gostoso, prateleiras cheias de
vinhos e bebidas destiladas, produtos de mercearia, azeitonas,
queijos, massas, pães, etc. A casa coloca umas mezinhas redondas
rodeadas por duas cadeiras. Um detalhe de bom gosto foi a música.
Ouvimos Blues todo tempo que estivemos alí, em um volume civilizado.
O pé direito da casa é alto e o teto, tipo catedral, é de tijolo
aparente envelhecido. Bom atendimento.
Saímos
do Amodei e fomos tomar um sorvete de pistache. Não estava bom, não
tinha o sabor de pistache.
Dia
29/09 – Roma
Nesse
dia fomos ao Vaticano, visitar o Museu, a Capela Sistina e a Catedral
de São Pedro, visita que já fizéramos em 2017, mas que sempre tem
coisas a mais para ver; é inesgotável. É como um livro que ler-se
várias vezes e que cada vez descobre-se coisas novas. A Flávia, que
nos guiou, dessa vez nos deu muito mais explicações do que a guia
do ano passado, embora já a acháramos que ela era muito competente;
a Flavia não nos pressionava, evidentemente dentro dos limites; não
tinha muita pressa. Após a visita, andamos pela Praça São Pedro,
entramos em lojas de souvenirs, mas não compramos nada; tudo muito
caro.
Voltamos
ao hotel em torno das 14:00 local (9:00 no Brasil), em seguida fomos
procurar um restaurante para almoçar. Encontramos um local chamado
“Bar Washington”. Pedimos espaguete, suco de laranja e uma taça
de vinho. O espaguete, além de pouco, estava muito “ao dente”,
ou seja, muito duro; o suco de laranja e o vinho também não eram o
que esperávamos. É um local para nunca mais voltarmos. Depois desse
almoço fomos para Fontana di Trevi, a pé pela Via Nazionale; nesse
percurso passamos em uma gelateria e pedimos dois sorvetes de
pistache em copos pequenos. O sorvete estava ótimo. Em todo tempo na
Itália, só tomamos sorvete desse sabor; como fizéramos na vez
passada.
A
Fontana di Trevi estava lotada, desta feita havia água e estava
muito limpa; em 2017 não havia água e estavam fazendo manutenção.
Uma turista americana pediu-me para tirar um foto dela; tirei duas, e
ela me agradeceu feliz!
Dia
30/09 Nápoles
Deixamos
o hotel em Roma às 7:30 e seguimos de ônibus em direção a
Nápoles. Estava um pouco frio nesse início de outono, mas era uma
temperatura agradável. Do ônibus observamos as montanhas cinzentas
por causa da neblina, os Apeninos, que formam o chamado zipper da
bota, que é a forma do território, da península italiana. À beira
da estrada, uma paisagem rural, bucólica, apesar de que se ver aqui
e ali algumas indústrias. O sol batia de frente, céu azul sem nuvem
nenhuma. A estrada é boa, bem sinalizada, conforme se vê também em
Portugal e na Espanha, após a adoção do Euro, com todo rol de
exigências da entidade sediada na Bélgica. Um casal de idosos, nos
bancos em nossa frente, dorme um sono profundo, a mulher ronca alto e
o marido dorme sem se incomodar, como se fora uma concessão, uma
tolerância marital; era um ronco anasalado, como se a qualquer
momento a respiração fosse parar; eu contava o tempo que a
respiração ia e voltava. Mudamos de assento, para os fundos do
ônibus, aproveitando que havia espaço.
Embora
a paisagem, o movimento, a velocidade do ônibus, mantivera-se em um
ritmo com pouca variação, propensos ao sono, penso que perdía-se
tempo ao dormir, por essa razão mantive-me acordado, embora não
evitasse e me pegasse em curtos cochilos.
Entramos
em Nápoles e fizemos um city-tour. É a terceira grande cidade
italiana, uma cidade milenar, importante para a região sul. Vimos
muito pouco da cidade. Gostaria de ter ido àquelas ruas que ficam
cheias de roupas penduradas, secando. E também de ter comido das
pizzas que eles vendem na rua. Sua famosa pizza Margherita, foi
inventada pelo pizzaiolo napolitano Raffaele Esposito, com
ingredientes das três cores da bandeira italiana, para homenagear a
rainha Margherita de Savóia, esposa do rei Humberto I. A pizza é
simples e muito boa, massa fina: queijo, tomate e manjericão. O
costume é não dividir a pizza para duas pessoas, hábito que se
repete por toda Itália, cada um come a sua. O que é perfeitamente
compreensível, é uma iguaria, embora seja grande, a massa é fina e
não pesa no estômago.
Após
o city-tour, fomos para Pompéia. É impressionante, imperdível ver
Pompéia aos pés do Vesúvio. Não vou descrever o que há em
Pompéia, muitos livros dizem sobre o que sobrou da cidade, após a
famosa erupção.
A
guia era uma moça brasileira que há muito tempo trabalha no local,
conhecedora profunda de Pompéia e Herculano, como ela disse: “há
mais de vinte anos.” Seu nome é Karen. Ela é muito simples, tem
aparência comum, morena-clara, estatura média, competente. Liderou
e defendeu o grupo, como uma leoa defende seus filhotes, o tempo todo
falando em duas líguas: Português e Espanhol, porque havia duas
argentinas em nosso grupo; falava em Italiano ou Inglês quando havia
intrusos tentando furar a fila. Enquanto ouvia as competentes
explicações de Karen, olhava a imensidão do Vesúvio, me
equilibrando sobre as pedras lisas, abauladas e originais das ruas.
Duas senhoras de nosso grupo peguntaram a Karen, se havia pessoas
retiradas das escavações em atos e posições sexuais, diziam terem
lido a respeito. A Karen respondeu que no roteiro não havia essas
mostras, o que nós íamos ver eram “moldes” feitos para mostrar
que pessoas que teriam morrido de algumas posições, não eram
originais e sim moldadas; não em intercurso sexual. Como as senhoras
insistiam, a Karen não falou mas nos deu a entender, pelo menos a
mim, pela leitura de sua fisionomia: “como alguém vem visitar
Pompéia com essa preocupação? Meu Deus do céu.” Depois que
voltamos ao Brasil, li no caderno de turismo do Estadão, que há
essas pessoas carbonizadas expostas no museu de Nápoles; inclusive
em atos sexuais que, convenhamos, foi uma boa forma de morrer!
Também
duas senhoras que pareciam bolivianas, com aspecto indígena, até no
vestir, se infiltraram em nosso grupo e foram quase até o final
dessa visita a Pompéia. Quando a Karen percebeu, disse: senhoras, já
acabou! Aí as duas senhoras saíram do grupo cabisbaixas,
desconfiadas, após se aproveitarem gratuitamente do “know how”
dela.
Depois
dessa visita almoçamos em um restaurante alí pertinho, nada
elogiável.
Visitamos
também a belíssima Costa Amalfitana, paramos em Amalfi que é a
capital. Andamos pouco pela cidade e tomamos sorvete de Pistache.
Passando
em uma calçada uma vendedora de sininhos e souvenirs se agitava
dizendo: “hola señorita, compre uma campana de la suerte!”
Voltamos
para o hotel Starhotels Terminus Napoli, na Piazza Garibaldi, estava
chovendo, compramos um guarda chuva por 5,00 Euros e fomos comer
pizza, na mesma rua do hotel onde há uma estação central de ônibus
e de trens. A pizza Margherita estava boa, mas como a Neide e eu a
dividimos, porque ela não queria comer uma inteira, tivemos que
pagar uma taxa de 3,00 Euros extras. Pelo fato de dividir o prato,
paga-se essa taxa de 1,50 Euros por pessoa.
01/10
– Nápoles – Capri
Acordamos
cedo para irmos a Capri, às 7:30 fomos para o porto pegar o ferry
boat. A travessia é rápida dura cerca de vinte minutos. Não
preciso dizer que Capri é belíssima, com efeito, é a opinião de
todo visitante. O que nos chamou àtenção foram os preços; os
preços absurdos e a malandragem. Depois de percorrermos em um barco,
o entorno da ilha, sem coletes salva-vidas, subimos até AnaCapri,
fomos almoçar e pedimos pratos baratos em um local simples. Uma
pizza Margherita, uma omelete e um suco de laranja. Chamou-nos
àtenção o suco de laranja, se o que foi servido é merecedor desse
nome. Um copo fininho que mais parecia um tubo, daqueles que se
coloca um galho de rosa, metade de gelo e metade de suco, talvez de
uma laranja. Quando veio a conta, a pizza 9,00; a omelete, 9,00; o
suco, 6,00; subtotal 24,00 mais gorjeta, 2,88 = 26,88 Euros ou R$
134,40. Eu protestei com o atendente que o valor do suco não
guardava proporção com o preço dos outros itens. O valor do suco
foi R$ 30,00, o suco mais caro que já pagamos. O atendente disse:
“this is Capri.” Alguém pode dizer que o Real está muito
desvalorizado em relação ao Euro. Sim, é verdade, mas o suco não
era honesto nem no preço nem na qualidade, quiçá da quantidade; o
gelo ocupava 50% do copo, quer dizer do tubo. Talvez o atendente
quisesse dizer com “isto é Capri”, e repetiu três vezes, que
nós não devêssemos estar ali, porque é lugar de rico, coisa e
tal.
A
minha sobrinha Daniele me alertara que tomássemos cuidado em Capri,
porque ela e uns amigos tiveram que pagar uma conta duas vezes, em um
restaurante.
No
retorno a Nápoles, após desembarcarmos do ferry boat, uma chuva
forte nos alcançou, um toró; não havia guarda chuva que
resolvesse. Nos abrigamos em um local coberto, em um estacionamento.
Havíamos comprado um guarda chuva desses imigrantes que falam muito
mau, só falava “five” que era o preço do guarda chuva
descartável.
Voltamos
ao hotel e a chuva continuava, com menos intensidade. Lá pelas 8:00
da noite desci para comprar lanche. Estava quase tudo fechado. Havia
uma pizzaria aberta. Entrei e o atendente me ofereceu uma pizza que
já estava pronta, assada, com uma cobertura que parecia de um bolo.
Alguém poderia ter pedido e não fora lá buscar. Eu não aceitei,
pedi, para variar, uma Margherita para levar para o quarto do hotel,
“to take away.” Comemos a deliciosa pizza com sucos de laranja do
frigobar. Incrível, mas paguei 5,00 Euros por aquela pizza
deliciosa! Deveria ter comprado duas!
02/10
Nápoles – Sicília
Viajamos
de Nápoles até Vila San Giovani, para em seguida atravessarmos o
Estreito de Messina, de Ferry Boat.
A
viagem de Nápoles ao Estreito, tem a distância de 560 Km, o dia
quase todo de na estrada. Após a travessia, passamos por Messina,
pegamos outra estrada, fomos de ônibus em direção a Taormina, mais
45 Km, aproximadamente. Chegamos ao Hotel Caparena & Wellness
Club já no final da tarde. Esse hotel fica à beira da praia, tem
jardins muito bonitos e bem cuidados. Habitamos um quarto que a
sacada dava para o mar (muito chato isso!). Ouvíamos o som das ondas
quebrarem na praia por toda noite.
Alguns
de nossos colegas de excursão foram jantar no centro de Taormina,
mas nós decidimos ficar no quarto; estávamos muito cansados. O bar
do hotel prepara sanduíches e sucos, descemos do quarto para
lanchar.
No
dia seguinte fomos de ônibus para o centro e visitamos alguns locais
históricos. A cidade é linda. Visitamos o teatro Odeon e a igreja
de Santa Catarina, que é simples e bela. O teatro Odeon tem
elementos gregos e romanos. Os gregos usavam mais as pedras enquanto
que os romanos usavam tijolos, nas construções. Mas o melhor estava
por vir, que foi a visita ao Teatro Grego, do século III a.C.. É
impressionante a preocupação que os gregos tinham com a cultura, em
deixar um legado para resistir as adversidades do tempo. É um grande
teatro que hoje em dia esse espaço é aproveitado para eventos e
principalmente concertos sinfônicos. Os romanos quando ocuparam a
Sicília, cobriram parte das paredes de pedra, deixadas pelos gregos,
com tijolos. Quando saímos do Teatro Grego e voltávamos para
almoçar, topei em uma pedra no meio do caminho(lembrei de Drumond!)
e caí; ia caindo pra frente, segurei o corpo com a mão esquerda e
me joguei para o lado; usei o lado esquerdo das costas para evitar
machucar o joelho. A Neide tentou me ajudar e acabou caindo comigo
(conforme ela disse: “companheira na alegria e na tristeza!”) .
Não nos machucamos mas foi um belo tombo! As pessoas da excursão
que estavam conosco ficaram preocupadas, inclusive a guia, e tentaram
nos ajudar. Em uma situação dessas, pode-se até acabar com uma
viagem. Depois do ocorrido, passamos pela igreja San Nicolas di Bari
(De Duomo), onde estava havendo um casamento. Fomos procurar o que
comer, o que não foi tarefa fácil, pois os preços são altos e as
porções pequenas. Entramos em um restaurante que as mesas eram
organizadas muito juntas. Havia no caixa uma moça muito bonita,
chamava àtenção a sua beleza: alta, de pele morena-clara, olhos
escuros e cabelos pretos, que desciam pelos ombros. Daqueles tipos de
italianas que se vê em filmes; não chegava ter a beleza de Claudia
Cardinale, tampouco a de Sofia Loren, mas essas comparações não
tiravam a beleza da moça. Fui ao toalete por uma escada ingrime,
chegando lá a porta estava entreaberta e vi que havia uma senhora
lavando as mãos. Ela falou em italiano, contudo, entendi que a
fechadura da porta estava quebrada. A Europa tem um problema sério
com os banheiros, são poucos e descuidados; encontram-se poucos
bons.
Outra
coisa, os italianos poderiam tratar melhor os turistas, sendo mais
gentis. É raro ser bem tratado nessa terra. Dá a impressão que
eles estão de sacos cheios de turistas. Não temos culpa disso. Eles
têm que atender bem porque ganham e têm empregos devido em grande
parte ao turismo. Porém nem por isso deixaremos de ir a Itália, que
é um país lindíssimo.
Para
voltar ao hotel, combinamos com uma colega (Mabel Guimarães) nos
encontrar em frente a igreja de Santa Catarina. Quando chegamos lá
ela já estava sentada nos degraus de entrada da igreja a nos
esperar. Voltamos ao hotel de táxi. Havia táxi que cobrava
dependendo da quantidade de pessoas. Entretanto, encontramos um que
nos cobrou 15,00 Euros, independentemente da quantidade de pessoas,
respeitando a capacidade de lotação do carro. Na manhã seguinte,
após o café da manhã fizemos o check out, seguimos de ônibus em
direção ao Vulcão Etna.
04/10
– Vulcão Etna - Agrigento
Chegamos
a altura de 1900 metros e paramos em uma área de serviços. Nessa
altura não se consegue ver todo o vulcão, mesmo porque ele quase
sempre está coberto por nuvens. Estava bastante frio. Visitamos
crateras pequenas e importantes. A Neide comprou artesanatos feitos
de material vulcânico; o vendedor disse que ele próprio fizera os
objetos. Apanhei algumas pedrinhas para trazer. Achei que a paisagem
dessa região do Etna parece com o nosso satélite, a Lua.
Tomamos
um cafezinho. O expresso na Itália tem menos café que em Portugal;
na terra lusitana é meia xícara, enquanto que na Itália é um
golinho, em média 3,00 Euros ou R$ 15,00. Conversei com as
argentinas que estavam no nosso grupo, sobre o Peso em relação ao
Euro. Uma delas é contadora como eu, e me respondeu que pagaram
10,00 Pesos por 1,00 Euro! O dobro do que nós brasileiros pagamos,
sem considerar a paridade entre o Real e o Peso.
Fomos
para Agrigento onde há construções gregas e romanas, é o Vale dos
Templos. Estava chovendo muito e não deu para ver com mais tempo os
monumentos. Fotografamos uma oliveira de 600 anos, mais velha que o
descobrimento do Brasil. Não chegasse essa, havia outra de 800 e
poucos anos, esta não conseguimos fotografar, por causa da chuva;
pelo mesmo motivo não fotografamos a planta que produz o pistache. O
ponto forte do Vale são os templos e as ruínas greco-romanas,
maioria gregos. Predominante os templos gregos: Juno ou Hera Lacínia,
406 a.C.; da Concórdia, o mais conservado; Templo de Zeus, século
IV a.C.; Templo Castor e Pólux, símbolos da cidade de Agrigento.
Nessa
região, como em toda Sicília, ver-se um tipo de cactus muito comum
no Nordeste brasileiro. Nessa região do Brasil chama-se palmatória
ou palma. Que no período das secas, tira-se os espinhos, corta-se em
pedaços e dar-se ao gado, principalmente bovino.
Depois
dessa visita fomos a catedral, o Palácio Real e a Capela Palatina. A
guia, cujo nome é Maria, uma senhora muito paciente, experiente, nos
explicou tudo. O trabalho feito por cristãos, muçulmanos e judeus.
Os muçulmanos não reproduzem figuras porque a religião deles não
permite. Mas tudo que não envolviam figuras eles faziam em mosaico,
um trabalho admirável, nas paredes nos pisos. Os cristãos faziam o
trabalho em mosaico, de santos, da crucificação, para contar a
história as pessoas, porque poucos sabiam ler, então aquelas
figuras eram didáticas. Havia respeito pelo credo religioso na
construção das igrejas. Há no alto mosaico com a sequência do
Gênesis, do Velho Testamento; do Novo Testamento, desde Adão e Eva.
Tudo isto para explicar didaticamente à maioria das pessoas que não
sabiam ler; com efeito, somente os padres, a realeza, os artistas,
sabiam ler; falavam Latim e Grego, que eram línguas cultas.
Impressionante a beleza da Capela Palatina, que basicamente copia a
Catedral.
Dormimos
no hotel Best Western Diouscuri Bay Palace em Agrigento e, após o
breakfast, seguimos para Palermo, capital da Sicília; distância de
mais ou menos 130 quilômetros.
05/10
– Palermo
Partida
para Monreale visita a catedral. Continuação para Palermo e visita
à capital da Sicília, Catedral, o Palácio Real e a Capela
Palatina.
Final
da tarde começamos a nos preparar para o retorno a Roma, em um
grande navio, Ferry Noturno Palermo/Nápoles, que além de pessoas
também carrega ônibus, caminhões e automóveis. Nosso apartamento
era no 10º andar. Dormimos bem no navio e já acordamos próximo ao
porto de Nápoles. Tomamos o café da manhã no navio, um café
simples, com o essencial, conforme nosso guia Carlos nos antecipara.
Desembarcamos, esperamos o nosso ônibus, da excursão, que estava
dentro do navio. Chegamos ao hotel no centro de Roma às 11:00, mais
ou menos, do dia 06/10; o mesmo hotel, Best Western Hotel Universo,
que estivéramos nos primeiros dias da viagem. Lá pelas três horas
fomos almoçar, mas já havia alguns restaurante fechados na Via
Principe Amedeo; era sábado. Fomos ao Amodei, para comer uma salada,
as mesas dentro do local estavam ocupadas. Havia uma mesa do lado de
fora, na calçada, mas tinha uma moça preparando um baseado para
fumar, de forma que tivemos que procurar por outro lugar. Encontramos
um restaurante, em uma travessa da Amedeo. Pedi uma lasanha que
estava muito boa e pouca, um quadradinho; eu comeria no mínimo mais
uma porção daquela. A Neide pediu uma salada com muçarela de
búfala, veio bastante; não conseguiu comer toda e eu comi o que
sobrou.
Andamos
um pouco pelas ruas, depois voltamos ao hotel para descansar.
07/10
Dia
de eleições no Brasil, estávamos apreensivos devido a polarização,
acompanhávamos o desenrolar pela internet. Esta viagem estava
programada há bastante tempo, não dava para antever o que
aconteceria, o desfecho das eleições deste ano. Mas no 2º turno
estaremos de volta. Durante o tempo que ficamos no ônibus da
excursão, ao londo dos vários percursos, discutíamos a situação
das eleições; era o assunto principal.
Tomamos
o café da manhã e fomos em direção a Via Cavour, chegando nesta,
a descemos até o local onde está o Coliseu e o Fórum Romano. Fomos
para o Fórum Romano. Surpreendidos por boas notícias: como era o
primeiro Domingo do mês, não se pagava ingressos, apenas pegáramos
o bilhete, para acesso.
Ficamos
a manhã toda vendo aquelas maravilhosas obras e monumentos de antes
de Cristo. Fotografamos bastante.
Voltamos
ao hotel, estava ameaçando chuva, e ela veio bastante forte.
Decidimos almoçar acerca do hotel. No restaurante percebo a presença
de sul-americanos, principalmente argentinos. Insisti na lasanha e a
Neide me acompanhou. Fria, sem gosto e, ainda bem, pouca. Eu tinha um
professor que por sinal era italiano, dizia que “ir ao cinema e ver
um filme ruim; ou a um restaurante e comer mau, havia poucas coisas
piores.”
Passamos
em frente a um supermercado e compramos pães, frios e suco de
laranja para lancharmos à noite.
Nesses
últimos dias em Roma, fomos algumas vezes a estação central
Termini. O movimento é imenso de pessoas que entram e saem dos
trens. Fomos ao 1º andar, onde há bastante restaurantes e
lanchonetes. Entramos em uma gelateria, a Neide pediu um sorvete de
pistache e eu pedi um café americano. Como já disse, o expresso na
Itália é um gole; o americano vem em uma xícara média, com mais
café; embora mais fraco, tudo bem; café bom mesmo só no Brasil.
As
viagens para outras terras também servem para avaliarmos e
valorizarmos nossas coisas.
08/10
De
manhã, após o café, atravessamos a Piazza de La Republica, em
direção a Via Nazionale, até o final dela a pé, depois pegamos
algumas ruas, para chegarmos a Via Del Corso. É uma rua longa e
cheia de lojas. Entramos em um restaurante, tomamos café, para
podermos usar a toalete. Vimos depois que o consumo, para ter direito
ao uso do banheiro, não era obrigatório. O banheiro estava muito
limpo e lá dentro havia um aviso para mantê-lo sempre limpo, não
por obrigação legal e sim, moral.
Devido
a limpeza e a honestidade do restaurante, retornamos para almoçar
lá, após visitarmos a Piazza di Spaña. Pedimos espaguete e estava
bom. Na volta fizemos o caminho inverso, pela via Del Corso e paramos
na gelateria Venchi. Enfrentamos filas e pedimos o sorvete de sempre:
sabor pistache, na embalagem pequena. 3,20 Euros cada. Valeu à pena
porque o sabor de pistache tomava conta da boca. Andamos muito a pé
e chegamos ao hotel cansados, tomamos banho e descansamos. Final da
tarde fui buscar uma pizza Margherita, em um restaurante que já
havíamos almoçado e tínhamos gostado. Uma pizza “to take away”.
Quando cheguei ao quarto, peguei uma Fanta do frigo bar, não havia
muita escolha. A pizza estava muito boa.
09/10
Amanhã
será o último dia aqui em Roma, hoje vamos ganhar as ruas.
Precisávamos de outro mapa da cidade. Usávamos um do hotel, mas não
era muito bom. Fomos até a livraria do Termini, compramos um mapa e
decidimos visitar a Termas de Diocleciano, museu Nazionale e a
Basílica de Santa Maria Degli Angeli. Tudo isto ao lado da estação
Termini. Vimos as termas, muitos muros ainda conservados. O museu é
imenso, com peças retiradas de escavações e ainda aproveitaram
paredes da época do Império Romano. Havia tão pouca gente para ver
uma imensa quantidade de obras. Internamente um belo jardim. Ficamos
bastante tempo lá.
Quando
saímos do museu entramos na Basílica, cujo projeto foi entregue,
pelo Papa Pio IV, em 1561, para ninguém mais ninguém menos que
Michelangelo. A igreja é lindíssima, riquíssima, não por ter
metais preciosos, mas pelas obras de arte. Ficamos bastante tempo lá.
Procuramos um livro sobre a igreja mas não encontramos, só vendiam
objetos religiosos. Vamos ter que pesquisar na internet para
encontrar mais material.
10/10
– Volta ao Brasil.
O
“transfer” planejou para nos apanhar no hotel às 7:00 e nos
levar ao aeroporto Fiumicino.
Cumpriram
fielmente o planejado. Uma pessoa da agência de viagens nos
acompanhou até a conclusão do check in.
Agora
era só enfrentar a viagem cansativa de volta, no aperto da classe
econômica. Uma senhora obesa ocupava um assento ao meu lado no
corredor; ela mau cabia em seu assento, tomava parte do corredor com
as pernas estiradas, dificultando o trânsito de passageiros e
comissários de bordo.
Talvez
para amenizar e passar um pouco de verniz para encobrir o
desconforto, chamemos de “Economic Class”.
Tirando
o desconforto da viagem aérea, tudo foi ótimo!
Cotia,
quarta – feira, 10 de Outubro de 2018.
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