Diário de Viagem



Diário de Viagem
Período: 26/09 a 10/10/2018
País: Itália (Roma, Pompéia, Nápoles, Costa Amalfitana e Sicília)
Guia da empresa de viagem: Carlos (educado, culto, paciente, elegante; bigode estilo Ronaldo Fraga).

Anotações tiradas de um caderninho da “Moleco”, feitas sobre os “joelhos” sob o solavanco do ônibus da excursão, sob o sacolejo dos barcos e no cochilo antes de dormir, nos quartos dos hotéis.

Dia 27/09 - Roma

Quando chegamos ao Aeroporti Fiumicino di Roma, depois de uma longa e cansativa viagem, devido a duração e ao desconforto da classe econômica, enfrentamos filas homéricas, ficamos mais de duas horas na Imigração. A quantidade de atendentes não guardava proporção com o volume de pessoas nas filas. Devido ao atraso, as malas já não estavam mais na esteira correspondente ao voo; procuramos informações no local de reclamações, mas não era o caso de malas perdidas ou desviadas; retiraram as malas da esteira porque ficaram lá girando muito tempo. Havia pessoas de nosso voo que tiveram o mesmo problema e nos informaram que encontraram suas malas juntas com outras em um lugar separado, próximo da esteira, e foi lá que encontramos as nossas. O motorista e a pessoa da agência de viagem que foram nos apanhar, esperaram muito tempo para fazerem nosso translado para o hotel.
Chegamos ao hotel Best Western Hotel Universo, deixamos as malas e fomos a procura de chips para os nossos celulares, na estação central “Termini.” Compramos os chips na loja Wind, para 15 dias por 66,90 Euros, depois fomos almoçar; encontramos um restaurante nas proximidades do hotel, cujo endereço era próximo a Via Principe Amedeo. Comemos pizza Margherita, uma taça de vinho para mim e um suco de laranja para Neide. Estava tudo muito bom.

Dia 28/09- Roma

Fizemos um city-tour com uma guia local, a Flavia, embora italiana se apresentou falando Português com pouco sotaque. Bonita, olhos verdes-claros, segura, em torno de sessenta anos, elegante, apesar simples. O roteiro foi: Basílica de Santa Maria Maior, Igreja de S. João de Laterano, Arco de Constantino e Coliseu (parada e visita), Termas de Caracalla, Circo Máximo e Domus Flavia Augustana (parada), Teatro de Marcello, Capitólio, Praça de Veneza, Ilha Tiburiana, Trastevere e Castelo do Santo Anjo. Na viagem do ano passado já havíamos feito um quase igual, mas desta vez entramos no Coliseu, houve muitas explicações importantes feitas por Flavia. A tarde foi livre e fomos visitar, mais uma vez, a igreja Santa Maria Maggiore ou Basílica de Santa Maria Maior; fomos a pé, posto que é perto do hotel. Descemos uns dois quarterões da Via Cavour e logo estávamos lá. Essa igreja mantem a mesma estrutura do século V d.C.. Houve reformas mas não mexeram na parte estrutural central. O teto é majestoso, muito ouro, vindo da América Espanhola. O cardeal Rodrigo Borja, que viria a ser o Papa Alexandre VI, conseguiu o ouro dos monarcas espanhóis. Esse Papa é também famoso por ter tido uma filha chamada Lucrezia Borgia. Só com essa visita já completou a tarde, valeu à pena.
À noite comemos uma “Caesar Salad,” com vinho e suco no “Amodei Banco e Bottega.” É um local bem gostoso, prateleiras cheias de vinhos e bebidas destiladas, produtos de mercearia, azeitonas, queijos, massas, pães, etc. A casa coloca umas mezinhas redondas rodeadas por duas cadeiras. Um detalhe de bom gosto foi a música. Ouvimos Blues todo tempo que estivemos alí, em um volume civilizado. O pé direito da casa é alto e o teto, tipo catedral, é de tijolo aparente envelhecido. Bom atendimento.
Saímos do Amodei e fomos tomar um sorvete de pistache. Não estava bom, não tinha o sabor de pistache.

Dia 29/09 – Roma

Nesse dia fomos ao Vaticano, visitar o Museu, a Capela Sistina e a Catedral de São Pedro, visita que já fizéramos em 2017, mas que sempre tem coisas a mais para ver; é inesgotável. É como um livro que ler-se várias vezes e que cada vez descobre-se coisas novas. A Flávia, que nos guiou, dessa vez nos deu muito mais explicações do que a guia do ano passado, embora já a acháramos que ela era muito competente; a Flavia não nos pressionava, evidentemente dentro dos limites; não tinha muita pressa. Após a visita, andamos pela Praça São Pedro, entramos em lojas de souvenirs, mas não compramos nada; tudo muito caro.
Voltamos ao hotel em torno das 14:00 local (9:00 no Brasil), em seguida fomos procurar um restaurante para almoçar. Encontramos um local chamado “Bar Washington”. Pedimos espaguete, suco de laranja e uma taça de vinho. O espaguete, além de pouco, estava muito “ao dente”, ou seja, muito duro; o suco de laranja e o vinho também não eram o que esperávamos. É um local para nunca mais voltarmos. Depois desse almoço fomos para Fontana di Trevi, a pé pela Via Nazionale; nesse percurso passamos em uma gelateria e pedimos dois sorvetes de pistache em copos pequenos. O sorvete estava ótimo. Em todo tempo na Itália, só tomamos sorvete desse sabor; como fizéramos na vez passada.
A Fontana di Trevi estava lotada, desta feita havia água e estava muito limpa; em 2017 não havia água e estavam fazendo manutenção. Uma turista americana pediu-me para tirar um foto dela; tirei duas, e ela me agradeceu feliz!

Dia 30/09 Nápoles

Deixamos o hotel em Roma às 7:30 e seguimos de ônibus em direção a Nápoles. Estava um pouco frio nesse início de outono, mas era uma temperatura agradável. Do ônibus observamos as montanhas cinzentas por causa da neblina, os Apeninos, que formam o chamado zipper da bota, que é a forma do território, da península italiana. À beira da estrada, uma paisagem rural, bucólica, apesar de que se ver aqui e ali algumas indústrias. O sol batia de frente, céu azul sem nuvem nenhuma. A estrada é boa, bem sinalizada, conforme se vê também em Portugal e na Espanha, após a adoção do Euro, com todo rol de exigências da entidade sediada na Bélgica. Um casal de idosos, nos bancos em nossa frente, dorme um sono profundo, a mulher ronca alto e o marido dorme sem se incomodar, como se fora uma concessão, uma tolerância marital; era um ronco anasalado, como se a qualquer momento a respiração fosse parar; eu contava o tempo que a respiração ia e voltava. Mudamos de assento, para os fundos do ônibus, aproveitando que havia espaço.
Embora a paisagem, o movimento, a velocidade do ônibus, mantivera-se em um ritmo com pouca variação, propensos ao sono, penso que perdía-se tempo ao dormir, por essa razão mantive-me acordado, embora não evitasse e me pegasse em curtos cochilos.
Entramos em Nápoles e fizemos um city-tour. É a terceira grande cidade italiana, uma cidade milenar, importante para a região sul. Vimos muito pouco da cidade. Gostaria de ter ido àquelas ruas que ficam cheias de roupas penduradas, secando. E também de ter comido das pizzas que eles vendem na rua. Sua famosa pizza Margherita, foi inventada pelo pizzaiolo napolitano Raffaele Esposito, com ingredientes das três cores da bandeira italiana, para homenagear a rainha Margherita de Savóia, esposa do rei Humberto I. A pizza é simples e muito boa, massa fina: queijo, tomate e manjericão. O costume é não dividir a pizza para duas pessoas, hábito que se repete por toda Itália, cada um come a sua. O que é perfeitamente compreensível, é uma iguaria, embora seja grande, a massa é fina e não pesa no estômago.
Após o city-tour, fomos para Pompéia. É impressionante, imperdível ver Pompéia aos pés do Vesúvio. Não vou descrever o que há em Pompéia, muitos livros dizem sobre o que sobrou da cidade, após a famosa erupção.
A guia era uma moça brasileira que há muito tempo trabalha no local, conhecedora profunda de Pompéia e Herculano, como ela disse: “há mais de vinte anos.” Seu nome é Karen. Ela é muito simples, tem aparência comum, morena-clara, estatura média, competente. Liderou e defendeu o grupo, como uma leoa defende seus filhotes, o tempo todo falando em duas líguas: Português e Espanhol, porque havia duas argentinas em nosso grupo; falava em Italiano ou Inglês quando havia intrusos tentando furar a fila. Enquanto ouvia as competentes explicações de Karen, olhava a imensidão do Vesúvio, me equilibrando sobre as pedras lisas, abauladas e originais das ruas. Duas senhoras de nosso grupo peguntaram a Karen, se havia pessoas retiradas das escavações em atos e posições sexuais, diziam terem lido a respeito. A Karen respondeu que no roteiro não havia essas mostras, o que nós íamos ver eram “moldes” feitos para mostrar que pessoas que teriam morrido de algumas posições, não eram originais e sim moldadas; não em intercurso sexual. Como as senhoras insistiam, a Karen não falou mas nos deu a entender, pelo menos a mim, pela leitura de sua fisionomia: “como alguém vem visitar Pompéia com essa preocupação? Meu Deus do céu.” Depois que voltamos ao Brasil, li no caderno de turismo do Estadão, que há essas pessoas carbonizadas expostas no museu de Nápoles; inclusive em atos sexuais que, convenhamos, foi uma boa forma de morrer!
Também duas senhoras que pareciam bolivianas, com aspecto indígena, até no vestir, se infiltraram em nosso grupo e foram quase até o final dessa visita a Pompéia. Quando a Karen percebeu, disse: senhoras, já acabou! Aí as duas senhoras saíram do grupo cabisbaixas, desconfiadas, após se aproveitarem gratuitamente do “know how” dela.
Depois dessa visita almoçamos em um restaurante alí pertinho, nada elogiável.
Visitamos também a belíssima Costa Amalfitana, paramos em Amalfi que é a capital. Andamos pouco pela cidade e tomamos sorvete de Pistache.
Passando em uma calçada uma vendedora de sininhos e souvenirs se agitava dizendo: “hola señorita, compre uma campana de la suerte!”
Voltamos para o hotel Starhotels Terminus Napoli, na Piazza Garibaldi, estava chovendo, compramos um guarda chuva por 5,00 Euros e fomos comer pizza, na mesma rua do hotel onde há uma estação central de ônibus e de trens. A pizza Margherita estava boa, mas como a Neide e eu a dividimos, porque ela não queria comer uma inteira, tivemos que pagar uma taxa de 3,00 Euros extras. Pelo fato de dividir o prato, paga-se essa taxa de 1,50 Euros por pessoa.

01/10 – Nápoles – Capri

Acordamos cedo para irmos a Capri, às 7:30 fomos para o porto pegar o ferry boat. A travessia é rápida dura cerca de vinte minutos. Não preciso dizer que Capri é belíssima, com efeito, é a opinião de todo visitante. O que nos chamou àtenção foram os preços; os preços absurdos e a malandragem. Depois de percorrermos em um barco, o entorno da ilha, sem coletes salva-vidas, subimos até AnaCapri, fomos almoçar e pedimos pratos baratos em um local simples. Uma pizza Margherita, uma omelete e um suco de laranja. Chamou-nos àtenção o suco de laranja, se o que foi servido é merecedor desse nome. Um copo fininho que mais parecia um tubo, daqueles que se coloca um galho de rosa, metade de gelo e metade de suco, talvez de uma laranja. Quando veio a conta, a pizza 9,00; a omelete, 9,00; o suco, 6,00; subtotal 24,00 mais gorjeta, 2,88 = 26,88 Euros ou R$ 134,40. Eu protestei com o atendente que o valor do suco não guardava proporção com o preço dos outros itens. O valor do suco foi R$ 30,00, o suco mais caro que já pagamos. O atendente disse: “this is Capri.” Alguém pode dizer que o Real está muito desvalorizado em relação ao Euro. Sim, é verdade, mas o suco não era honesto nem no preço nem na qualidade, quiçá da quantidade; o gelo ocupava 50% do copo, quer dizer do tubo. Talvez o atendente quisesse dizer com “isto é Capri”, e repetiu três vezes, que nós não devêssemos estar ali, porque é lugar de rico, coisa e tal.
A minha sobrinha Daniele me alertara que tomássemos cuidado em Capri, porque ela e uns amigos tiveram que pagar uma conta duas vezes, em um restaurante.
No retorno a Nápoles, após desembarcarmos do ferry boat, uma chuva forte nos alcançou, um toró; não havia guarda chuva que resolvesse. Nos abrigamos em um local coberto, em um estacionamento. Havíamos comprado um guarda chuva desses imigrantes que falam muito mau, só falava “five” que era o preço do guarda chuva descartável.
Voltamos ao hotel e a chuva continuava, com menos intensidade. Lá pelas 8:00 da noite desci para comprar lanche. Estava quase tudo fechado. Havia uma pizzaria aberta. Entrei e o atendente me ofereceu uma pizza que já estava pronta, assada, com uma cobertura que parecia de um bolo. Alguém poderia ter pedido e não fora lá buscar. Eu não aceitei, pedi, para variar, uma Margherita para levar para o quarto do hotel, “to take away.” Comemos a deliciosa pizza com sucos de laranja do frigobar. Incrível, mas paguei 5,00 Euros por aquela pizza deliciosa! Deveria ter comprado duas!

02/10 Nápoles – Sicília

Viajamos de Nápoles até Vila San Giovani, para em seguida atravessarmos o Estreito de Messina, de Ferry Boat.
A viagem de Nápoles ao Estreito, tem a distância de 560 Km, o dia quase todo de na estrada. Após a travessia, passamos por Messina, pegamos outra estrada, fomos de ônibus em direção a Taormina, mais 45 Km, aproximadamente. Chegamos ao Hotel Caparena & Wellness Club já no final da tarde. Esse hotel fica à beira da praia, tem jardins muito bonitos e bem cuidados. Habitamos um quarto que a sacada dava para o mar (muito chato isso!). Ouvíamos o som das ondas quebrarem na praia por toda noite.
Alguns de nossos colegas de excursão foram jantar no centro de Taormina, mas nós decidimos ficar no quarto; estávamos muito cansados. O bar do hotel prepara sanduíches e sucos, descemos do quarto para lanchar.
No dia seguinte fomos de ônibus para o centro e visitamos alguns locais históricos. A cidade é linda. Visitamos o teatro Odeon e a igreja de Santa Catarina, que é simples e bela. O teatro Odeon tem elementos gregos e romanos. Os gregos usavam mais as pedras enquanto que os romanos usavam tijolos, nas construções. Mas o melhor estava por vir, que foi a visita ao Teatro Grego, do século III a.C.. É impressionante a preocupação que os gregos tinham com a cultura, em deixar um legado para resistir as adversidades do tempo. É um grande teatro que hoje em dia esse espaço é aproveitado para eventos e principalmente concertos sinfônicos. Os romanos quando ocuparam a Sicília, cobriram parte das paredes de pedra, deixadas pelos gregos, com tijolos. Quando saímos do Teatro Grego e voltávamos para almoçar, topei em uma pedra no meio do caminho(lembrei de Drumond!) e caí; ia caindo pra frente, segurei o corpo com a mão esquerda e me joguei para o lado; usei o lado esquerdo das costas para evitar machucar o joelho. A Neide tentou me ajudar e acabou caindo comigo (conforme ela disse: “companheira na alegria e na tristeza!”) . Não nos machucamos mas foi um belo tombo! As pessoas da excursão que estavam conosco ficaram preocupadas, inclusive a guia, e tentaram nos ajudar. Em uma situação dessas, pode-se até acabar com uma viagem. Depois do ocorrido, passamos pela igreja San Nicolas di Bari (De Duomo), onde estava havendo um casamento. Fomos procurar o que comer, o que não foi tarefa fácil, pois os preços são altos e as porções pequenas. Entramos em um restaurante que as mesas eram organizadas muito juntas. Havia no caixa uma moça muito bonita, chamava àtenção a sua beleza: alta, de pele morena-clara, olhos escuros e cabelos pretos, que desciam pelos ombros. Daqueles tipos de italianas que se vê em filmes; não chegava ter a beleza de Claudia Cardinale, tampouco a de Sofia Loren, mas essas comparações não tiravam a beleza da moça. Fui ao toalete por uma escada ingrime, chegando lá a porta estava entreaberta e vi que havia uma senhora lavando as mãos. Ela falou em italiano, contudo, entendi que a fechadura da porta estava quebrada. A Europa tem um problema sério com os banheiros, são poucos e descuidados; encontram-se poucos bons.
Outra coisa, os italianos poderiam tratar melhor os turistas, sendo mais gentis. É raro ser bem tratado nessa terra. Dá a impressão que eles estão de sacos cheios de turistas. Não temos culpa disso. Eles têm que atender bem porque ganham e têm empregos devido em grande parte ao turismo. Porém nem por isso deixaremos de ir a Itália, que é um país lindíssimo.
Para voltar ao hotel, combinamos com uma colega (Mabel Guimarães) nos encontrar em frente a igreja de Santa Catarina. Quando chegamos lá ela já estava sentada nos degraus de entrada da igreja a nos esperar. Voltamos ao hotel de táxi. Havia táxi que cobrava dependendo da quantidade de pessoas. Entretanto, encontramos um que nos cobrou 15,00 Euros, independentemente da quantidade de pessoas, respeitando a capacidade de lotação do carro. Na manhã seguinte, após o café da manhã fizemos o check out, seguimos de ônibus em direção ao Vulcão Etna.

04/10 – Vulcão Etna - Agrigento

Chegamos a altura de 1900 metros e paramos em uma área de serviços. Nessa altura não se consegue ver todo o vulcão, mesmo porque ele quase sempre está coberto por nuvens. Estava bastante frio. Visitamos crateras pequenas e importantes. A Neide comprou artesanatos feitos de material vulcânico; o vendedor disse que ele próprio fizera os objetos. Apanhei algumas pedrinhas para trazer. Achei que a paisagem dessa região do Etna parece com o nosso satélite, a Lua.
Tomamos um cafezinho. O expresso na Itália tem menos café que em Portugal; na terra lusitana é meia xícara, enquanto que na Itália é um golinho, em média 3,00 Euros ou R$ 15,00. Conversei com as argentinas que estavam no nosso grupo, sobre o Peso em relação ao Euro. Uma delas é contadora como eu, e me respondeu que pagaram 10,00 Pesos por 1,00 Euro! O dobro do que nós brasileiros pagamos, sem considerar a paridade entre o Real e o Peso.
Fomos para Agrigento onde há construções gregas e romanas, é o Vale dos Templos. Estava chovendo muito e não deu para ver com mais tempo os monumentos. Fotografamos uma oliveira de 600 anos, mais velha que o descobrimento do Brasil. Não chegasse essa, havia outra de 800 e poucos anos, esta não conseguimos fotografar, por causa da chuva; pelo mesmo motivo não fotografamos a planta que produz o pistache. O ponto forte do Vale são os templos e as ruínas greco-romanas, maioria gregos. Predominante os templos gregos: Juno ou Hera Lacínia, 406 a.C.; da Concórdia, o mais conservado; Templo de Zeus, século IV a.C.; Templo Castor e Pólux, símbolos da cidade de Agrigento.
Nessa região, como em toda Sicília, ver-se um tipo de cactus muito comum no Nordeste brasileiro. Nessa região do Brasil chama-se palmatória ou palma. Que no período das secas, tira-se os espinhos, corta-se em pedaços e dar-se ao gado, principalmente bovino.
Depois dessa visita fomos a catedral, o Palácio Real e a Capela Palatina. A guia, cujo nome é Maria, uma senhora muito paciente, experiente, nos explicou tudo. O trabalho feito por cristãos, muçulmanos e judeus. Os muçulmanos não reproduzem figuras porque a religião deles não permite. Mas tudo que não envolviam figuras eles faziam em mosaico, um trabalho admirável, nas paredes nos pisos. Os cristãos faziam o trabalho em mosaico, de santos, da crucificação, para contar a história as pessoas, porque poucos sabiam ler, então aquelas figuras eram didáticas. Havia respeito pelo credo religioso na construção das igrejas. Há no alto mosaico com a sequência do Gênesis, do Velho Testamento; do Novo Testamento, desde Adão e Eva. Tudo isto para explicar didaticamente à maioria das pessoas que não sabiam ler; com efeito, somente os padres, a realeza, os artistas, sabiam ler; falavam Latim e Grego, que eram línguas cultas. Impressionante a beleza da Capela Palatina, que basicamente copia a Catedral.
Dormimos no hotel Best Western Diouscuri Bay Palace em Agrigento e, após o breakfast, seguimos para Palermo, capital da Sicília; distância de mais ou menos 130 quilômetros.

05/10 – Palermo

Partida para Monreale visita a catedral. Continuação para Palermo e visita à capital da Sicília, Catedral, o Palácio Real e a Capela Palatina.

Final da tarde começamos a nos preparar para o retorno a Roma, em um grande navio, Ferry Noturno Palermo/Nápoles, que além de pessoas também carrega ônibus, caminhões e automóveis. Nosso apartamento era no 10º andar. Dormimos bem no navio e já acordamos próximo ao porto de Nápoles. Tomamos o café da manhã no navio, um café simples, com o essencial, conforme nosso guia Carlos nos antecipara. Desembarcamos, esperamos o nosso ônibus, da excursão, que estava dentro do navio. Chegamos ao hotel no centro de Roma às 11:00, mais ou menos, do dia 06/10; o mesmo hotel, Best Western Hotel Universo, que estivéramos nos primeiros dias da viagem. Lá pelas três horas fomos almoçar, mas já havia alguns restaurante fechados na Via Principe Amedeo; era sábado. Fomos ao Amodei, para comer uma salada, as mesas dentro do local estavam ocupadas. Havia uma mesa do lado de fora, na calçada, mas tinha uma moça preparando um baseado para fumar, de forma que tivemos que procurar por outro lugar. Encontramos um restaurante, em uma travessa da Amedeo. Pedi uma lasanha que estava muito boa e pouca, um quadradinho; eu comeria no mínimo mais uma porção daquela. A Neide pediu uma salada com muçarela de búfala, veio bastante; não conseguiu comer toda e eu comi o que sobrou.
Andamos um pouco pelas ruas, depois voltamos ao hotel para descansar.

07/10

Dia de eleições no Brasil, estávamos apreensivos devido a polarização, acompanhávamos o desenrolar pela internet. Esta viagem estava programada há bastante tempo, não dava para antever o que aconteceria, o desfecho das eleições deste ano. Mas no 2º turno estaremos de volta. Durante o tempo que ficamos no ônibus da excursão, ao londo dos vários percursos, discutíamos a situação das eleições; era o assunto principal.
Tomamos o café da manhã e fomos em direção a Via Cavour, chegando nesta, a descemos até o local onde está o Coliseu e o Fórum Romano. Fomos para o Fórum Romano. Surpreendidos por boas notícias: como era o primeiro Domingo do mês, não se pagava ingressos, apenas pegáramos o bilhete, para acesso.
Ficamos a manhã toda vendo aquelas maravilhosas obras e monumentos de antes de Cristo. Fotografamos bastante.
Voltamos ao hotel, estava ameaçando chuva, e ela veio bastante forte. Decidimos almoçar acerca do hotel. No restaurante percebo a presença de sul-americanos, principalmente argentinos. Insisti na lasanha e a Neide me acompanhou. Fria, sem gosto e, ainda bem, pouca. Eu tinha um professor que por sinal era italiano, dizia que “ir ao cinema e ver um filme ruim; ou a um restaurante e comer mau, havia poucas coisas piores.”
Passamos em frente a um supermercado e compramos pães, frios e suco de laranja para lancharmos à noite.
Nesses últimos dias em Roma, fomos algumas vezes a estação central Termini. O movimento é imenso de pessoas que entram e saem dos trens. Fomos ao 1º andar, onde há bastante restaurantes e lanchonetes. Entramos em uma gelateria, a Neide pediu um sorvete de pistache e eu pedi um café americano. Como já disse, o expresso na Itália é um gole; o americano vem em uma xícara média, com mais café; embora mais fraco, tudo bem; café bom mesmo só no Brasil.
As viagens para outras terras também servem para avaliarmos e valorizarmos nossas coisas.

08/10

De manhã, após o café, atravessamos a Piazza de La Republica, em direção a Via Nazionale, até o final dela a pé, depois pegamos algumas ruas, para chegarmos a Via Del Corso. É uma rua longa e cheia de lojas. Entramos em um restaurante, tomamos café, para podermos usar a toalete. Vimos depois que o consumo, para ter direito ao uso do banheiro, não era obrigatório. O banheiro estava muito limpo e lá dentro havia um aviso para mantê-lo sempre limpo, não por obrigação legal e sim, moral.
Devido a limpeza e a honestidade do restaurante, retornamos para almoçar lá, após visitarmos a Piazza di Spaña. Pedimos espaguete e estava bom. Na volta fizemos o caminho inverso, pela via Del Corso e paramos na gelateria Venchi. Enfrentamos filas e pedimos o sorvete de sempre: sabor pistache, na embalagem pequena. 3,20 Euros cada. Valeu à pena porque o sabor de pistache tomava conta da boca. Andamos muito a pé e chegamos ao hotel cansados, tomamos banho e descansamos. Final da tarde fui buscar uma pizza Margherita, em um restaurante que já havíamos almoçado e tínhamos gostado. Uma pizza “to take away”. Quando cheguei ao quarto, peguei uma Fanta do frigo bar, não havia muita escolha. A pizza estava muito boa.

09/10

Amanhã será o último dia aqui em Roma, hoje vamos ganhar as ruas. Precisávamos de outro mapa da cidade. Usávamos um do hotel, mas não era muito bom. Fomos até a livraria do Termini, compramos um mapa e decidimos visitar a Termas de Diocleciano, museu Nazionale e a Basílica de Santa Maria Degli Angeli. Tudo isto ao lado da estação Termini. Vimos as termas, muitos muros ainda conservados. O museu é imenso, com peças retiradas de escavações e ainda aproveitaram paredes da época do Império Romano. Havia tão pouca gente para ver uma imensa quantidade de obras. Internamente um belo jardim. Ficamos bastante tempo lá.
Quando saímos do museu entramos na Basílica, cujo projeto foi entregue, pelo Papa Pio IV, em 1561, para ninguém mais ninguém menos que Michelangelo. A igreja é lindíssima, riquíssima, não por ter metais preciosos, mas pelas obras de arte. Ficamos bastante tempo lá. Procuramos um livro sobre a igreja mas não encontramos, só vendiam objetos religiosos. Vamos ter que pesquisar na internet para encontrar mais material.

10/10 – Volta ao Brasil.

O “transfer” planejou para nos apanhar no hotel às 7:00 e nos levar ao aeroporto Fiumicino.
Cumpriram fielmente o planejado. Uma pessoa da agência de viagens nos acompanhou até a conclusão do check in.
Agora era só enfrentar a viagem cansativa de volta, no aperto da classe econômica. Uma senhora obesa ocupava um assento ao meu lado no corredor; ela mau cabia em seu assento, tomava parte do corredor com as pernas estiradas, dificultando o trânsito de passageiros e comissários de bordo.
Talvez para amenizar e passar um pouco de verniz para encobrir o desconforto, chamemos de “Economic Class”.

Tirando o desconforto da viagem aérea, tudo foi ótimo!

Cotia, quarta – feira, 10 de Outubro de 2018.








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