“Seu Lins, o senhor gosta dos Rolling Stones?”
“Seu
Lins, o senhor gosta dos Rolling Stones?”
Embora
a paixão seja um sentimento bom mas exagerado, dizem até que é
doentio, todos nós já passamos por uma paixão. Mas a paixão
passa, dissolve-se no ar, como tudo neste mundo. A paixão parece ser
um rito de passagem, que dá lugar ao amor, que é um sentimento,
digamos, mais sólido, demora a dissolver-se, como o plástico.
Parece que toma o lugar do fervor da paixão, a calmaria após a
tempestade, como no último movimento tranquilizador da Pastoral de
Beethoven.
Apaixonar-se
por pessoas, por músicas, por livros, por pinturas; temos nossas
preferências, contudo, também podemos nos apaixonar por todas.
Certo
dia eu estava no escritório da empresa onde trabalhava e um colega
me ouviu comentando com outra pessoa, minha paixão musical.
Eu
disse: “sou apaixonado por música clássica e Rock 'n Roll e
acrescentei: os clássicos: Motzart, Beethoven, Franz Schubert, Franz
Liszt; das bandas de rock: Rolling Stones, Led Zepellin, Beatles. O
colega que estava nos ouvindo disse: “Seu Lins, o senhor gosta dos
Rolling Stones ?!” Ele pinçou só os Stones de minha lista, creio
que por serem eles mais ousados, mais irreverentes (afinal o Mick
Jagger rebola no palco !). Respondi: “sim”. Aí eu perguntei qual
era a idade dele. E ele respondeu que era 35. Então eu disse: “essas
bandas de rock são de minha época, por que você acha estranho eu
gostar Rolling Stones?” Mas ele se surpreendeu com meu gosto pelo
rock porque me achava sisudo, pessoa que lidava com as áreas
contábil, fiscal e financeira. Na cabeça dele eu era Controller da
empresa; e os controllers gostam de números, não de rock.
Aquilo
ficou na minha cabeça, pensando como algumas pessoas ligam nossa
postura ao nosso gosto ou nossa preferência pessoal.
Esta
semana revi, acho que pela enésima vez, um vídeo na internet, pelo
You Tube, de um quinteto, formado por músicos da importância de:
Zubin Metha, Itzhak Perlman, Pinchas Zukerman, Jacqueline du Pré
(lamentavelmente falecida jovem, era de um talento monstruoso; era
casada com Daniel Barenboim) e Daniel Barenboim. Numa performance
incrível, todos jovens, hoje famosos, tocando de Franz Schubert:
“The Troute”, “A Truta”, em Português.
Então,
esta é uma de minhas paixões; a outra é a minha Neide!
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