Pai Tonho
Pai Tonho Aquele dia que visitamos o meu avô paterno, Pai Tonho (como nós netos o tratávamos), na década de setenta, eu sentira que seria a última vez que o veria; éramos recém casados: minha mulher e eu. Ele era viúvo, minha avó Mãe Iaiá(também, nós netos a tratávamos de mãe), havia falecido há poucos anos. Ele estava sentado em sua rede de tecido xadrez de várias cores vivas. Os mesmos cabelos brancos, ralos, deitavam sobre a cabeça; rosto de muitas dobras e rugas; mãos que exibiam, como documentos, as provas de longevidade e muito trabalho pesado. Estava com mais de noventa anos e enfrentava os duros efeitos de um diabetes tipo dois e da demência ou caduquice, em uma época que não havia muitos remédios, e os médicos que raramente o atendiam, porque morava em um sítio longe dos centros urbanos, apesar de bons, eram clínicos gerais. Ele perguntou para minha tia Mimosa: "quem é?" Ela respondeu "é Genival" É por este nome que sou conhecido naquelas bandas do se...