A Estrada para São Gonçalo
A Estrada para São Gonçalo Como eu fizera muitas vezes, ao romper da aurora, após comer um pão da padaria de Dona Iracema, recheado com manteiga ou com nata de leite salgada e café, pegava apressado minha bicicleta Gulliver de pneus balão, prendia os livros escolares ao bagageiro e seguia em direção a estrada de terra, passava sobre o mata-burro de trilhos espelhados, devido ao atrito dos pneus dos veículos ao longo dos anos, que brilhavam à luz do sol ou da Lua, descia pedalando em direção a São Gonçalo. Dava para ver uma nesga de água do açude a direita, espremida entre colinas e serras arborizadas. Acompanhava a conhecida mata “Manga do Posto” dos dois lados da estrada, porém mais densa no lado esquerdo, e um cheiro do capim e das folhas das árvores, molhados pelo sereno da madrugada muitas vezes fria, fazia-se sentir. Pelo que me lembro das conversas que ouvia, dando conta de pessoas que se perdiam na mata; em uma época de chuvas, uma pessoa se perdera, não e...