O Rouxinol e a Rosa
Eu estou bebendo um vinho. Fui comprar um frango assado na padaria para o almoço. Aqui em São Paulo é dia de frango com macarronada, com queijo parmesão ralado. À noite, um café com pão e mussarela, ou uma pizza. Acho que já estou bêbado, estou sim; não acho, tenho certeza! Uma garrafa e tenho menos de meia taça para acabar. Não bebo sempre, mas hoje é domingo, até o padre bebe aos domingos, um vinho não é uma cerveja, não é um whisky; é a antiguidade que está na garrafa, é um líquido sagrado. Sai da garrafa como na lâmpada de Aladim. Sem a frescura de bocejar, cheirar, fazê-lo rodar na taça ou cheirar a rolha. Você bebe o vinho para pensar. Pensar, refletir, o tempo todo. É que vinho pode ser bebido sem uma companhia; parece que é a bebida dos solitários. Pensando de como as coisas mudaram. Os meus avós reclamavam da carestia(inflação) e não entendiam o comportamento da economia e nem dos jovens, suas indecências e eu estava incluso; hoje vejo meus filhos e netos nessa ciranda, t...