Meninice
Em minha meninice, a despeito de protestos, principalmente de minha mãe, eu aprendi e também meus irmãos e amigos, muita sacanagem e coisas boas com os chamados, naqueles anos cinquenta, de “moleques” de rua. Não eram os conceitos e definições aplicadas hoje em dia, eram meninos e meninas que tinham casas, pais, mas que brincavam na rua. Jogávamos futebol com bolas de meia e conseqüentes ferimentos nos dedos; brincávamos em montes de areia de construções e chegávamos em casa com a cabeça “que era areia só"; de passar o anel e adivinhar com quem ele estava, e aqui as meninas participavam e deixávamos o anel com aquelas que mais gostávamos(com um devido e discreto piscar de olho), tomávamos banho na chuva, inclusive as meninas de vestidos molhados, revelando suas belezas. Fazíamos competições de punhetas, para quem gozava e jogava a gala mais longe. Estávamos na puberdade, as meninas acabavam sabendo dessa competição, e nos olhavam com olhares enviesados, dissimulados, como Capitú ...